sexta-feira, novembro 28, 2008

POEMA DO PERDÃO

Tudo vai
Tudo move
Tudo devolve
Tudo revolve
Tudo pára
e gira
Tudo imagina
Tudo imortaliza

Tudo, tudo, tudo, tudo, mas quem disse que tudo é Tudo?
Tudo é também Nada e o nada tudo completa.
Então, pra que querer tudo se o tudo também é constituído do nada?

Há quem diga que o Nada é importante, e que todos o desejam:

Nada-morte
Nada-corte
Nada ignorância
Nada petulância
Hipocrisia... nada
Desventura... nada
Desesperança... nada
Tudo nada!

Há outros que desprezam o Nada, o vazio, a não existência das coisas. Exaltam o infinito:
Infinito amor
Infinito amar
Infinito mar
Infinito dar
Infinito doar-se
Infinito... tudo infindo!

Desejo o Tudo e o Nada, eles se completam, são dialéticos, imiscuem-se a ponto de um poder ser o outro sem que percam suas naturezas (o tudo de tudo e o nada de nada).

Assim sou... assim somos
Dias sou tudo
Noutros, nada
Dias eu faço alguém regozijar
Noutros faço um lindo ser chorar.
Em dias tudo erro
e nada em outros.
Não sou perfeito, espelho
Nem imperfeito, imagem distorcida

Sou só esse tudo, esse nada
Esse que errou e pede perdão.

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Bom, apesar de eu odiar fazer poemas por achar muito difícil a feitura dos mesmos, eu por vezes ainda me aventuro (sou teimoso, sei disso), mas sinceramente não tenho coragem em expô-los, mostrá-los ou postá-los. Este é uma exceção, pois é um poema meu muito querido e sempre o releio, o revisito. Espero que gostem e que o comentem.

Abraços,
Ricardo Daltro