Belém, 06 de Novembro de 2004.
Foi-se meu Jesus
Jesus nos deixou. Um Jesus não o Cristo, não o Nazareno, mas um de nome próprio. Um Jesus que cresceu, caiu, levantou-se, errou, acertou e, agora, foi estrear sua nova casa, cujo endereço não sei e que tem paisagem linda (imagino). Foi-se um Jesus que viveu no anonimato para quase todos, mas seu estrelato cintilou para aqueles contemplados por terem convivido com Ela. Viajou para longe o Jesus que me criou, alimentou, deu-me anticorpo. Seu corpo físico não mais subsiste, no entanto, seu conteúdo intracorpo (espírito), aqui está: em mim, na minha memória, nas lições aprendidas, no meu caráter.
Um mal fez meu Jesus padecer, pouco a pouco lhe foi tirando forças. Assim como o outro (Jesus), não curou a si mesmo, revelou-se, na verdade, benfeitor na vida das pessoas que a cercavam: dava bronca no momento que precisava, elogiava no momento de acerto e pedia desculpa nas horas do próprio erro. Enfim, alguém do bem que exalou em todos o BEM.
Só queria, agora, não ter a consciência do que ora ocorre, da perda, da despedida, da realidade dura da passagem que muda nosso estado de espírito. Queria achar que tudo fosse um pesadelo mau-assombrado, no qual por acaso eu tinha que ter tido. Infelizmente não é essa a realidade.
Não culparei a ninguém pelo acontecido nem e, principalmente, a Deus. Este não transforma nossa vida numa fatalidade, como muitos pensam, as coisas não são pré-determinadas, caminhamos nossos caminhos, trilhamos nossas próprias estradas. A MORTE é apenas um acontecimento dentro da nossa convivência aqui na terra: Salgado e Doloroso, para quem fica; Doce e Maravilhoso, para quem vai...
Apenas temos que nos conformar e homenagear a quem muito nos deu alegria e que estará fincada no nosso íntimo. NOS ENCONTRAREMOS LÁ...
ADEUS, Meu Jesus,
Minha Tia
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Comentário: Já faz 4 anos que uma pessoa muito querida se foi. Quer dizer, dizem que se foi. Para mim, às vezes, ela continua tão aqui que por vezes me pergunto onde e como encontrá-la! Este texto foi meu grito de desespero quando soube que ela tinha ido. Fi-lo exatamente no dia que ela nos deixou. Não chorei. Não pensei na despedida. Pensei no amor: dela para comigo durante o tempo que convivemos; de mim para com ela durante o especial tempo [quase 17 anos] que estive a desfrutar de sua presença. Alguém que amo. Alguém que hei de amar. Alguém que terá sempre espaço nas minhas reflexões, nas minhas introspecções porque ela simplesmente fez parte da formação do meu caráter! Alguém que apesar de tia foi e é [e será] minha mãe!
3 comentários:
simplesmente, lindo!
LINDA HOMENAGEM!
Linda homenagem meu amor, gostaria de ter o previlégio de conhecer essas pessoas que tanto lhe amaram e contribuiram para a formação desse lindo homem que voce é hoje.
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